Empreender nunca esteve tão na moda. Ao fim da segunda década do seculo XXI ter um empreendimento representa mais do que ter uma banda nos anos 80. Empreender tem sido tão usado que fica até dificil saber o real significado de empreender. Lembro que em 2008, a primeira vez que ouvi essa palavra e ao buscar no Google os resultados eram ínfimos. De um lado o Sebrae que não conseguia deixar claro, de outro a Endeavor com um texto bastante amplo mas sem exemplos concretos. E escondidos nos livros, teóricos derivavam o que ia das viagens marítimas a Índia aos grandes oligopólios. Hoje tudo é empreender e faz chegar a seguinte reflexão.
Em vários eventos que frequento uma pergunta é recorrente: “Quem aqui é empreendedor?”. Confesso que essa pergunta sempre me deixou desconfortável, talvez por negligenciar algumas características importantes dessa denominação. Ser empreendedor, é muito mais que ter um CNPJ ou abrir uma loja todos os dias — isso te torna um empresário — e não necessariamente um empreendedor e não há nenhum problema nisso, pelo contrário.
Depois de ler muito e acompanhar discussões sobre o tema entendo que, empreender é aprender a lidar com riscos e incertezas, superar adversidades, e principalmente gerar valor para um público. E ainda assim, poderíamos atribuir uma infinidade de outras características.
Trabalhar por conta é empreender?
Eu sempre atuei como freelancer. Desde o primeiro trabalho até os dias atuais trabalhando solo. E aqui vale uma ressalva, entenda freelancer como o empreendedor da própria carreira, como bem definiu Mauro Amaral do carreirasolo.org.
Nesses anos empreendendo minha própria carreira exerci diversas atividades. Nas aulas como instrutor de informática o empreender era apenas uma relação de trabalho com regras alteradas, sobre as normas de uma franquia e sua matriz, praticamente sem riscos ou incertezas. Como designer gráfico, fotógrafo e produtor audiovisual, ou também como web designer, profissional de SEO, os conhecimentos técnicos, a versatilidade e a demanda constante do mercado sempre garantiram diversos projetos e o risco sempre se manteve baixo.
Na consultoria de marketing digital, os pedidos das empresas são para ajudar a compreender o cenário digital ou para atingir melhor performance nas iniciativas do meio online, mas sempre partindo de uma operação existente e que desejam usar a internet como canal do negócio.
Em todas estas experiências profissionais sempre havia um aspecto que omitia ou simplificava algumas obrigações inerentes ao empreendedor. E o mais importante, o risco.
Você se arrisca em suas iniciativas?
Começar uma nova operação exige muito do empreendedor. O cenário na maioria das ocasiões ainda é inexistente. Assim como tudo que é novo pode ser experimentado e explorado, e este é um do risco contante para quem empreende:
- Devo ou não devo comprar um equipamento?
- Devo ou não devo contratar um colaborador?
- Devo ou não devo investir em marketing?
A melhor respostas para os questionamentos anteriores é: depende. Depende do quanto você está disposto a correr de risco. Mas, em resumo temos a obrigação de analisar, calcular o risco financeiramente, explorar o impacto jurídico, analisar as transformações que isso terá sobre seu serviço ou produto, examinar a reação do público diante das mudanças propostas.
Há quem ouse dizer que a trajetória empreendedora é simples, certamente as lembranças das dificuldades foram esquecidas ou aqueles desafios se tornam insignificantes comparados ao cotidiano empreendedor.
Quando o Business Model Canvas deixa de ser uma ferramenta de ideação e cada campo se torna um emaranhado de questões a serem validadas junto com um público, surgem grandes perguntas. E são essas perguntas que podem mover o empreendedor.
E é nesta fase que me encontro, mais que atuar em atividades técnicas decidi experimentar um novo modelo de negócios, baseado nas atividades que já realizo mas com um desejo de ganhar escala e colaborar com o negócios de diversos empreendimentos e empreendedores.
Referências não faltam, exemplos e contatos nunca estiveram tão acessíveis, o grande negócio é o fazer e com alguma sorte os resultados aparecem. No fundo, isso se trata apenas de uma grande mudança de carreira, com novas atribuições, mas com uma perspectiva muito melhor. E que pretendo registrar esta trajetória por aqui.
E você, se considera empreendedor? Deixe sua resposta nos comentários abaixo.